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Agora eu sou o sil​ê​ncio.

by TRATAK

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1.
Fio por fio os dias passam vazios, Tecendo um chão pra um caminhar mais flutuante. Vez por nós, nos escondermos, Em irrealidades vãs. E o dia passa sem parar, E a chuva cai, e não vai embora, Agora saia. Fio por fio os dias passarão. Enquanto a vida estava num único frame, O tempo passava, e eu aqui. Contando os fios.
2.
Querida 04:05
Eu quero que jamais esqueças, Das noites em que eu não voltei, E peço para que não deixes, O amor reconquistar você. Mentiras claras de um passado, Carente, que não volta mais, Eu peço para que nem pense, Não entregue mais amor pra esse rapaz. E vá pedir à outra pessoa, O amor que não lhe cabe mais, Eu disse que era arriscado, Amar a quem ama demais. E vai ouvir de outras mulheres, Que entregaram o coração, Se às vezes peço tempo ao tempo, Me diga já porque não dizes não. Não sei se vai voltar atrás, Só sei, talvez não quero mais, Te ver errar, te ver chorar mais uma vez, Eu sei não quero mais. O sol ainda brilhava no mar, Teus olhos eram lágrimas, De um amor que morreu sob o luar, Disseram não cicatrizar. Caminhos tortos de outra paixão, Te perdes onde me encontrei, Por isso peço que jamais esqueças. Das várias noites em que não voltei.
3.
São poucas as dores que conheço e representam a vontade de viver sem, Meras histórias e lembranças que alimentam as saudades de alguém que, Não vale nada, talvez valha pouco mais que um segundo do vazio, Pois é o frio que chega tarde e acalenta de uma forma controversa, A vida de outro alguém que já partiu. Quem é essa por quem nós todos esperamos? E quem é ela? Talvez a mãe de todo medo. Que bate a porta, e nem por todos indesejada. Quem é ela? Quem é ela? Quem é ela? É ela. Quem é ela,? Quem é ela? Quem é ela? De todo mal a solução.
4.
Pensei ser dispensável ao viver, Não se encaixar nas minhas canções o amor, Que soa sempre tão banal. Talvez a vida me permitirá, De alguma forma natural, Calar o que há por dizer, Sem mais não ter... Um perfeito sorriso, Um sussurro, um arrepio, E um distante olhar, Voz cerrada e o desejo, De transformar canção. Um perfeito sorriso, Um sussurro, um arrepio, Voz cerrada, Distante.
5.
Esqueça 05:03
Teu mundo gira tão devagar, E as horas parecem andar pra trás, Sempre correndo pra outro lugar, Que possa a vida reinventar. Mas não vai Além, E espera sozinha por outrem, Que saiba dizer, O que é certo, e o que deve fazer. Tantos caminhos iguais para seguir, Diferem no por vir, Não sabe o melhor, Então para, procura ao redor, A resposta certa, a melhor aposta, Pra um dia se orgulhar, Desculpe querida, não tenho esse tempo, Não posso mais ficar. Te espero no fim, Te levo em mim, Espero te encontrar, Na mesma saída com a mesma resposta. Meu bem, por favor, esqueça, Teu medo, teu pudor, Ou me esqueça.
6.
Orquídeas 03:14
Na tarde que traz, A chuva tão fria, Não tarda a chegar, A vida vadia, Escorre então, A água na terra, Semeando em vão, Orquídeas na guerra das juras de amor.
7.
Ando solitário feito louco que finge sempre saber bem aonde quer chegar, São tão tortos os passos, curtos e inconstantes que me falta o ar e a razão. Ando solitário feito louco, na mesma direção, Na qual nem os tortos passos acham uma saída qualquer, qualquer vazão. Foge pobre criatura já que falta peito pra encarar. Corre nunca para, troca o nome, joga fora tudo até o que não é teu. Cala sem pedir desculpas e volta sem se explicar. Cultua todas as virtudes e fere a carne sem se preocupar. Pensa que o tempo para, Recomeça todo dia, Tece o nó no braço, fura torto e se entrega ao chão, E se entrega ao chão, E se entrega ao chão, ao chão, E se entrega ao chão.
8.
O bosque 05:12
Caminhando entre alguns fios de sol espalhados pelo chão, Tanta liberdade instaurada aqui, quase uma contradição, Em meio ao silêncio o vazio, As folhas partindo aos meus pés, As copas fechadas a observar, E o frio a noite traz. Mas eu sei, não vou deixar, Esquecer e aceitar, Crer que não há mais destino pra voltar, Mas eu sei que não. E deixar de ser feliz, Simples assim. Acabar com tudo em nós, Caminhando sempre pra um outro lugar qualquer. Meu amor.
9.
Em casa 04:28
Torci o horizonte noventa graus, Sob um céu azul, e a frente do chão frio, Com as vestes rasgadas por um sonho atemporal, Que rege nossas vidas. Tudo faz sentido sem os pés no chão, Aceito a verdade mascarada, Tantos compromissos a cumprir, Pensamento rouco, quero respirar. Poeira suspensa no ar, De um sonho, sem sono acordar, Poeira pairando, Reflete o sol que vaza. *** CORO Fugiu da curva do vento, fugiu do mar, Fugiu da calma e o tempo se fez parar, Conhece tudo que faz bem, E espera o dia acabar.
10.
Breve em tudo o que puder meu bem, Ficou tarde pra pensar, ninguém além. Se o amor ficou pra trás deixa o sol brilhar, Se o que passa não mais passará deixa estar. Renova enfim o que se pôs em mim. Renova em nós talvez não mais assim. Se hoje canto não mais pra você, não sei, Devo não pensar mais uma vez, talvez. Demora demais, Mas já me traz a dor, Não traz nenhuma paz. O vinho acabou, ninguém veio pra festa. O que aqui está, é o pouco que resta. Renova então o teu olhar, Pois não da mais pra aguentar, Todo esse vão, se fez um mar, Renova então o teu penar. Eu já não quero mais calar, Todo esse tanto pra cantar, E reagir, talvez voltar, Pra mim.
11.
Lá no final da encruzilhada de uma nação, Tão esquecida e amada por ninguém. Lá bem no coração de uma grande sacada, Olha a escuridão de quem amou quem não ama nada. Tentar deixar tudo bem, E voltar, Pra vermelhidão de uma volta perdida, Na competição estúpida, a vida. ------ E sabe o que eu acho sinceramente? Quem vence sem se foder... Resumindo, eu não tenho vergonha do que eu fiz, Eu não me arrependo de nada, muito pelo contrário. Tem muito cigarro, pode ficar tranquila. Eu aprendi isso com a minha mãe. É que hoje eu vi uma menina e disse, “Não fala nada, eu sei que você veio pedir o isqueiro.” É a coisa mais bela de todas as coisas. Sabe? Pra que que serve planejar? É muito maior, é uma dor sincera. Você entende o que eu tô falando? Olha pra mim! Eu me tornei tudo isso. Por isso eu afundei tanto. A coisa mais linda é que o acaso rege a vida. Eu tinha comprado essa estante, Olha que linda que ela é dentro. Você também sente a sensibilidade das coisas? Nenhum filho meu é como eu, Eu liguei pra ele no natal, E eu esqueci que eu tava dentro. Você é muito bom nisso, tomar um café e tal. Eu conversei com ela por uma hora. Não não é isso... Oque que houve? Toca! Oque que falta agora? Responde. Você me faria mal? ... As vezes quando eu sinto saudades, Eu ouço isso, e passa.

about

Segundo a Wikipedia, "tratak" é um termo em sânscrito, que significa lágrima. Difundido também como técnica de meditação, compreende em fixar o olhar em algum objeto sem piscar, favorecendo a prática.

Já na música, Tratak é um "projeto coletivo de um homem só". Idealizado em 2010 pelo músico catarinense Matheus Barsotti, Tratak é um projeto sem formação fixa.
Baterista por formação, Matheus passou por bandas como Margot, Alfajor, Labirinto e Stella-Viva, até encontrar no violão e voz novos instrumentos de expressão.
Das dezenas de ideias esparsas gravadas no celular, onze tomaram forma com o envolvimento do arranjador baiano Heitor Dantas (Baby Lixo) e do músico catarinense, radicado em São Paulo, Fernando Rischbieter (Stella-Viva).

Com produção e arranjos do próprio trio Tratak, gravado por Yury Kalil no estúdio Totem (Cidadão Instigado, Siba, Thiago Pethit), mixado por Sergio Soffiatti (estúdio O Grito) e masterizado por Gustavo Lenza (YB Estúdios), Agora Eu Sou O Silêncio tem como melhor definição uma brincadeira do próprio autor – é um disco de "axé fúnebre".

Com base na MPB mas com cores experimentais, tem referências que vão desde o samba de Cartola e a poesia de Fernando Pessoa até as dissonâncias do Radiohead e o experimentalismo ácido do Mars Volta – referências que muitas vezes aparecem em uma mesma música.

À primeira vista o clima é de festa, mas a mensagem é sombria. A leitura mais atenta entrega – Agora Eu Sou O Silêncio é um trabalho conceitual sobre morte. Da desilusão de "Irrealidades Vãs" e "Querida", passando pelo ápice fundo-de-poço com pitadas de insanidade de "Orquídeas" e "Apenas Rotina", até a faixa-título – não por acaso a última do disco –, Agora Eu Sou O Silêncio é uma espiral descendente, finalizando uma sincera despedida. A história parece pesada, mas basta um replay para afastar o tom sombrio. E começar a descida novamente.

--- Elson Barbosa.

credits

released October 27, 2012

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